Após duelo sem gols, seleção assegura liderança do grupo e só poderá enfrentar rivais mais tradicionais na final da Copa do Mundo.

Em um jogo com dois tempos bem distintos, o Brasil cumpriu sua missão. Mesmo sem vencer Portugal, após um empate por 0 a 0 no estádio Moses Mabhida, em Durban, a seleção garantiu o primeiro lugar do grupo G. O que, teoricamente, lhe assegura um caminho mais fácil para chegar à final da Copa do Mundo.

Com o empate, a seleção chegou aos 7 pontos e, pelo menos na teoria, terá um trajeto menos complicado para chegar à decisão do que teria em caso de derrota. Agora, seleções fortes como Argentina, Alemanha, Inglaterra e a própria equipe portuguesa só poderão ser adversárias do Brasil na final (a Espanha entra nesta turma se vencer o Chile, a partir das 15h30.

ortugal, com 5 pontos, avança como segundo colocado da chave, já que a Costa do Marfim venceu a Coreia do Norte por 3 a 0 e foi a 4 pontos. Os norte-coreanos não somaram ponto algum no grupo G, que era considerado um dos mais difíceis da primeira fase do Mundial.

Nas oitavas de final, Espanha, Chile e Suíça são os possíveis adversários do Brasil e de Portugal (Honduras tem chances matemáticas, mas muito improváveis). O jogo da seleção brasileira acontece na próxima segunda-feira, às 15h30. Os portugueses jogam no mesmo horário, mas na terça-feira.

A partida no Moses Mabhida começou com surpresas. Nas escalações: além das já previstas entradas de Daniel Alves e Júlio Baptista nos lugares de Elano, machucado, e Kaká, suspenso, Dunga poupou Robinho e escalou Nilmar entre os titulares no ataque.

Portugal também começou o jogo bem modificado, com uma escalação mais cautelosa e um atacante a menos em relação à goleada por 7 a 0 na Coreia do Norte. Hugo Almeida e Pedro Mendes, pendurados com cartão amarelo, começaram no banco. Já o astro português Cristiano Ronaldo, outro que já recebeu cartão nesta Copa, foi titular.



O excesso de respeito dos portugueses pelos brasileiros ficaria evidente logo nos primeiros minutos. Pela primeira vez neste Mundial, o Brasil não demorou a engrenar e parecia estar em casa desde os primeiros minutos de jogo. Fazia boas jogadas pela direita, especialmente com Maicon. Com mais de 60% de posse de bola na primeira etapa, a seleção criou as melhores chances, como uma finalização na trave de Nilmar.

Além da atuação do time, a temperatura mais agradável de Durban animou a torcida brasileira, que rivalizava com as vuvuzelas: com gritos de apoio ao Brasil e vaias aos portugueses, especialmente para Cristiano Ronaldo.

A superioridade brasileira, porém, não trazia a tranqüilidade que Dunga pedira durante a semana. Nervosos, brasileiros e portugueses discutiam e protagonizavam lances ríspidos. Coisa que, aliada à rigidez do árbitro espanhol Benito Archundia, fez o primeiro tempo terminar com nada menos que sete cartões amarelos.

Felipe Melo, aliás, chegou a ser substituído por Dunga nos minutos finais da primeira etapa, pouco tempo depois de receber cartão. Josué entrou em seu lugar. Depois do jogo, a CBF informou que Melo deixou o campo por ter sentido dores no tornozelo, e não porque o técnico temesse sua expulsão.

Na segunda etapa, o panorama mudou totalmente: a seleção portuguesa voltou mais ousada e criou as melhores chances de gol. Por exemplo, obrigando Júlio César a fazer uma ótima defesa aos 15 minutos. Pouco depois, o brasileiro naturalizado português Pepe, que fazia sua estreia na Copa jogando como volante, deu lugar a Pedro Mendes, deixando Portugal mais ofensivo.

Os portugueses continuaram superiores, e o Brasil, com atuação especialmente apagada de Júlio Baptista — quem deveria criar as jogadas no lugar de Kaká —, apresentava muita dificuldade para chegar perto do gol português.

Faltando pouco menos de 10 minutos para o fim do jogo, Dunga sacou o meio-campista da Roma para colocar Ramires. E ainda promoveu a estreia de Grafite, no lugar de Luis Fabiano. O Brasil melhorou e criou sua melhor oportunidade no segundo tempo, justamente com Ramires.

Mas já era tarde para tirar o empate do placar. Empate que, àquela altura, já agradava também os portugueses.



FICHA TÉCNICA - PORTUGAL 0 x 0 BRASIL

Data: 25 de junho de 2010, sexta-feira
Horário: 11h (horário de Brasília)
Local: Estádio Moses Mabhida, em Durban
Público: 62.712 torcedores
Arbitragem: Benito Archundia (MEX)
Assistentes: Hector Vergara (CAN) e Marvin Torrentera (MEX)
Cartões amarelos: Luis Fabiano, Felipe Melo e Juan (BRA); Duda, Pepe, Fabio Coentrão e Tiago (POR)

PORTUGAL (4-4-2): Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pepe (Pedro Mendes), Tiago, Duda (Simão Sabrosa) e Raúl Meireles (Miguel Veloso); Danny e Cristiano Ronaldo. Técnico: Carlos Queiroz

BRASIL (4-4-2): Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo (Josué), Daniel Alves e Júlio Baptista (Ramires); Nilmar e Luis Fabiano (Grafite). Técnico: Dunga

Fonte: Google.com