Na vitória por 3 a 2, Muslera falha duas vezes, Forlán acerta a trave no último Minuto, e Klose vê do banco a manutenção do recorde de Ronaldo Fenômeno.

Com a chuva fina caindo em Porto Elizabeth e uma extensa lista de conquistas no currículo, a Alemanha bem que podia ter entrado em campo disposta apenas a cumprir tabela neste sábado. Não foi bem assim. Do outro lado do campo, havia um Uruguai faminto pela vitória, e o que se viu na disputa do terceiro lugar foi um jogo de cinco gols e duas viradas. Com 3 a 2 e um travessão salvador aos 48 do segundo tempo, a Alemanha é a dona do bronze na África do Sul.



O goleiro uruguaio Muslera, herói nas quartas de final contra Gana, falhou duas vezes e se despediu com uma mancha na imagem. Forlán teve a chance de empatar o jogo no último lance, mas cobrou uma falta no travessão para, em seguida, ouvir o apito final do juiz. A partida terminou sem a entrada de Klose, que sentiu dores nas costas. Ele continua com 14 gols, e o recorde de Ronaldo Fenômeno, com 15, está mantido.

O resultado estica a fama do polvo Paul, que segue com aproveitamento de 100% nos palpites. Para a grande final deste domingo, às 15h30m, o molusco apostou na Espanha para derrotar a Holanda no Soccer City e se tornar a oitava seleção campeã na história dos Mundiais.

O jogo

Noite de sábado caindo em Porto Elizabeth, aquela chuvinha antes do jogo, disputa de terceiro lugar... bem, a pinta de amistoso foi por terra logo aos cinco minutos, quando o alemão Aogo apresentou as travas da sua chuteira à canela de Perez. Cartão amarelo para abrir os trabalhos.

No lance seguinte, mais um, para o brasileiro Cacau, que desviou com a mão uma falta cobrada por Forlán. Apesar dos cartões, a Alemanha ensaiou seu gol aos nove. Özil bateu escanteio, e Friedrich cabeceou no travessão de Muslera, que ainda salvou a Celeste na sobra, ao defender a conclusão de Müller.



O meia e o goleiro, aliás, escreveriam mais um capítulo juntos dez minutos depois. Antes disso, no entanto, abram alas para uma bomba de Schweinsteiger. Aos 19, o camisa se viu sozinho no meio de campo e – por que não? – soltou o foguete de pé direito. Botou a Jabulani para voar a 117km/h e, aí sim, houve o tal reencontro: Muslera bateu roupa, e Müller, sozinho, pegou o rebote para abrir o placar.

Enquanto os zagueiros levantavam os braços para pedir um impedimento que não existiu, a Alemanha festejava o 1 a 0.

Aí foi a vez de o Uruguai ensaiar seu gol. Aos 24, Forlán pegou uma sobra na área de cabeça, mas Mertesacker esticou a perna para tirar. Na cobrança do escanteio, Cavani desviou, e Friedrich tirou na pequena área.

Aos 28, não era mais preciso ensaiar. Pérez, que durante toda a Copa vestiu a fantasia de carrapato e torrou a paciência dos adversários, deu um bote em Schweinsteiger no meio de campo. Roubou-lhe a bola e, quase caindo, encontrou Suárez para puxar o contra-ataque. O passe para Cavani foi açucarado, e o atacante, na saída de Butt, balançou a rede pela primeira vez na Copa: 1 a 1.

Com tudo igual em Porto Elizabeth, a chuva cuidou de esfriar o jogo. Só aos 41 o Uruguai teve outra chance, com Suárez sozinho na área chutando para fora. Estava de bom tamanho para o primeiro tempo.

No início do segundo, voltou a fome de gols. E a virada sul-americana veio com estilo. Aos cinco, Arévalo Rios tabelou com Suárez pela direita e cruzou para Forlán, que emendou um lindo voleio no canto de Butt. Golaço.



A festa celeste só durou seis minutos, porque aos 11 Muslera entregou de novo. O goleiro saiu catando borboleta no cruzamento de Boateng, e Jansen cabeceou para o gol vazio. Tudo igual de novo, 2 a 2.

Klose continuava no banco, e de fato parecia sem condição de jogo, porque Joachim Löw foi lançando outros jogadores em campo. Primeiro foi Kiessling, que substitui Cacau. Depois, Kroos entrou no lugar de Jansen. Mas foi Khedira que decidiu. O volante estava na hora certa e no lugar certo aos 37. Após o bate-rebate na área, ele cabeceou para o fundo da rede e colocou a Alemanha na frente.

Kiessling ainda perdeu um gol incrível, sozinho no meio da área, isolando a bola por cima do travessão. Oscar Tabárez tentou sua última cartada ao lançar Loco Abreu no lugar de Cavani. Forlán teve uma chance de ouro para igualar o placar no último minuto, mas a cobrança de falta explodiu na trave. O bronze é alemão.

Font:
globoesporte