Em partida muito movimentada, equipes criam chances e polêmicas, mas ficam mais distantes do título


É uma pequena maldade, dessas que só o futebol faz, Inter e Santos irem juntos para a UTI do Brasileirão depois do jogo deste sábado. O empate por 1 a 1 no Beira-Rio, em uma das melhores partidas da competição, mostrou duelo tático, batalha técnica, capacidade criativa e um bocado de polêmica. Mas a frieza do resultado deixa uma mensagem clara: as duas equipes estão praticamente fora da luta pelo título nacional.

Santos e Inter vão a 49 pontos. São oito de distância para o líder Fluminense, um caminho que parece exageradamente longo, já que restam apenas seis rodadas. Zé Eduardo, para o Peixe, e Leandro Damião, para o Colorado, fizeram os gols da partida.

A esperança do Inter reside no duelo direto com o Fluminense, quarta-feira, no Beira-Rio. O Santos, no mesmo dia, recebe o Vitória.




Chances, disputas, polêmicas: jogão no Beira-Rio.

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O verbete “jogão”, no dicionário, poderia ter uma foto deste Inter x Santos ao lado. Não precisaria de palavras. Gaúchos e santistas criaram, no Beira-Rio, tudo aquilo que se espera das melhores partidas: chances de lado a lado, falhas e acertos, rusgas, polêmicas. No primeiro tempo, teve quase tudo. Só faltou o gol.

O Inter começou o jogo voando. Tabelou, infiltrou, atacou e retrocedeu como se fosse uma máquina infalível. Guiñazu avançou com a bola e obrigou Rafael a fazer a primeira das muitas defesas que teria pela frente. Giuliano, pouco depois, triangulou com D’Alessandro e Guiñazu e mandou colocado, por cima, muito perto. Seria um golaço.

O Santos, aos poucos, foi crescendo. Renan teve que se virar para abafar o ataque adversário. Neymar ficou frente a frente com ele, olho no olho, quase nariz com nariz. A conclusão do atacante do Peixe foi muito ruim. O goleiro colorado defendeu. Chute fraco de Zé Eduardo e pancada de Danilo também fizeram Renan trabalhar. No segundo lance, a bola ainda bateu na trave.

O Inter avançou especialmente com Giuliano e D’Alessandro, auxiliados pelo bom rendimento de Wilson Matias, pela movimentação de Guiñazu e pela insistência de Rafael Sobis. Matias, na beirada da área, acertou o travessão de Rafael. Sobis, no rebote, perdeu o gol.

Se Renan salvou de um lado, Rafael fechou o gol de outro. Alecsandro aproveitou cruzamento de D’Alessandro e mandou uma patada. O goleiro do Santos espalmou. No rebote, Sobis mandou outro chute. E Rafael defendeu de novo.

O jogo já estava quente quando aconteceu sua maior polêmica. A torcida do Inter reclamava por causa de três toques de mão da zaga do Santos dentro da área. Guiñazu e Rodriguinho (que entrou no lugar de Arouca, lesionado) se peitavam em campo. E aí uma bola voou até a cabeça de Edu Dracena, que ganhou de Renan pelo alto. Ela foi na direção da meta colorada, com toda a pinta de que entraria. Nei correu feito doido, se atirou para dentro do gol e emendou uma bicicleta. A arbitragem titubeou. E mandou o jogo seguir. A impressão, no estádio, foi de gol. A televisão, em tira-teima, mostrou o mesmo.

Enfim, os gols: 1 a 1

O segundo tempo manteve a velocidade da etapa inicial, mas com menos chances de gol. O Santos sempre teve Neymar como figura de muito perigo. O Inter teve o controle de bola, cercou a área adversária, mas encontrou uma defesa mais sólida do que nos 45 minutos anteriores.

Bolívar, de cabeça, obrigou Rafael a fazer outra boa defesa. Roberto Brum, em um dos vários contra-ataques puxados pelo ataque santista, também ameaçou. Os dois treinadores tentaram melhorar suas equipes com modificações. No Santos, Marquinhos foi a esperança. No Inter, Edu e Andrezinho pintaram como alternativa.

O jogo merecia gols. E o primeiro foi do Santos. Aos 33 minutos, Zé Eduardo avançou com a bola pela esquerda de ataque e emendou uma bomba. O alvo foi o ângulo esquerdo de Renan. Golaço. O jogador, de passagem quase imperceptível pelo Grêmio, levou a mão ao ouvido, como quem contesta o silêncio da torcida rival.

Mas os colorados logo vibrariam. Kleber fez o que mais costuma fazer: lá da esquerda, mandou na cabeça de Leandro Damião, que subiu alto, bonito, para superar um goleiro que parecia insuperável. Gol do Inter.

O Colorado, com o grito da torcida, ainda buscou a virada. Não conseguiu. O Santos, no contra-ataque, tentou surpreender. Também sem sucesso. E lá foram as duas equipes, abraçadas, para a UTI do Brasileirão. Mas com a consciência do dever cumprido.

Fonte
GloboEsporte